Fhemig abre bloco cirúrgico em Sabará e cumpre determinação do TCE-MG para terceirizar o Amélia Lins
- @licurgo_mourao
 - 23 de set.
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Duas salas no Hospital João XXIII e duas no Júlia Kubistchek já foram abertas.

Como parte da determinação do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) de que o Governo de Minas deveria abrir seis salas cirúrgicas na Região Metropolitana de Belo Horizonte para que o processo de entrega da gestão do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a uma entidade privada sem fins lucrativos ou a um consórcio de saúde possa avançar, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), reinaugurou nesta terça-feira (23/09) o bloco cirúrgico do Hospital Cristiano Machado (HCM), em Sabará, na Grande Belo Horizonte. O local, que estava fechado há mais de cinco anos, começou a operar na última sexta-feira (19/09) e tem capacidade para 200 procedimentos eletivos de pequena e média complexidade.
“Essa abertura se soma à estrutura (da saúde) metropolitana como um todo. A macro-região é toda beneficiada. Nós estamos falando de 200 novas cirurgias por mês que se somam aqui, para além daquelas que já tinham sido transferidas (do HMAL) para outros hospitais. Nós estamos somando mais cirurgias na rede como um todo. Aqui, nós vamos ter cirurgias eletivas, ortopédicas, cirurgias do sistema gastro, que são cirurgias gerais, de média e baixa complexidade. A alta complexidade continua sendo feita nos hospitais de referência de Belo Horizonte”, detalhou o vice-governador Mateus Simões (Novo).
Dentro de 30 dias, a Fhemig deveria apresentar as soluções à Corte de contas. Antes mesmo do prazo se encerrar, as novas salas, equipadas para cirurgias de todas as complexidades, foram instaladas no Hospital Júlia Kubistchek (duas) e no Hospital João XXIII (duas) e, agora, no hospital de Sabará. “Só lembrar que não houve fechamento, nem interrupção de cirurgias eletivas, mesmo com a decisão do Tribunal de Contas sobre o Amélia Lins. O que a gente teve foi transferência de cirurgias para outros hospitais”, completou Mateus Simões.
Contudo, apesar de garantir que a transferência dos serviços trouxe benefícios à saúde pública do estado, o relatório do TCE-MG concluiu que a concentração dos serviços de saúde do HMAL no Hospital João XXIII afetou negativamente a capacidade de atendimento do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência desta capital. "Desde então, houve redução da taxa mensal de intervenções cirúrgicas, aumento do número de transferências ortopédicas e não-ortopédicas e da taxa de ocupação média do Hospital João XXIII, além da ausência de comprovação de absorção dos profissionais do Hospital Maria Amélia Lins pelo Hospital João XXIII”, pontuou o conselheiro Licurgo Mourão.
Servidores do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), inclusive, lançaram um abaixo-assinado online pedindo a revisão da decisão do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).
Mudanças nas estruturas
“O João XXIII tinha dois turnos de cirurgias, de manhã e de tarde. Então, nós abrimos o turno noturno e o final de semana. Dessa maneira, nós podemos dedicar, em tempo, duas salas para as cirurgias de segundo tempo cirúrgicos (as cirurgias sequenciais, realizadas quando o paciente precisa passar por etapas como enxertos ou reconstruções ósseas), que eram realizadas pelo HMAL. Além disso, no Júlia Kubitschek abrimos duas salas para a ortopedia e aqui no Cristiano Machado, mais duas salas, para que o somatório de cirurgias realizadas na Fhemig seja maior do que era antes com o Amélia Lins”, disse o Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.
De acordo com o governo, pelo acordo feito com o Tribunal de Contas, a Fhemig passará a realizar 500 novas cirurgias por mês, especialmente ortopédicas, para compensar o fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins, que ocorre desde o final de 2024.
“Vamos garantir, pelo menos, o mesmo número de cirurgias realizadas antes. Então, estamos falando que, se a Maria Amélia Lins fizer 250 (cirurgias), faremos, agora, mais de mil cirurgias somadas. Lembrando que o Hospital Maria Amélia Lins fazia cirurgias de segundo tempo que entravam no João XXIII. Então, toda cirurgia de trauma que chega ao João XXIII, a Fhemig garante a sua cirurgia, ou no próprio João XXIII ou no hospital Júlio Kubitschek”, completou Bacchereti.



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